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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A Vale e a crise na economia

A crise mundial na economia está tomando rumos preocupantes. Não é uma simples "marola", como se anunciou. É necessário compreender melhor para não haver maiores prejuízos. O presidente-executivo da Vale, Roger Agnelli, afirmou nesta sexta-feira, em notícia publicada pela Agência Reuters, que a crise econômica global será intensa por alguns meses e que alguma recuperação deverá vir apenas em 2009. Como reflexo da queda na demanda no setor, os preços no mercado disponível de minério de ferro, onde são negociados volumes que não estão incluídos nos contratos de longo prazo, despencaram, afirmou ele.
"Alguns acham que (a crise) pode durar dois anos. Eu acho que os próximos três ou quatro meses terão uma intensidade fortíssima, e a recuperação poderá vir no segundo trimestre de 2009", afirmou Agnelli a jornalistas durante evento no Rio.A Vale anunciou nesta sexta-feira a interrupção da produção de minério de ferro em algumas unidades no Brasil, com volume que equivale a aproximadamente 10% de sua produção total.A companhia também suspendeu a produção em algumas unidades fora do Brasil, devido à queda na demanda por minérios e alguns tipos de metais em várias partes do mundo.Agnelli disse que as férias coletivas concedidas pela empresa poderão durar de 15 a 20 dias, dependendo do lugar."É um aperto momentâneo. O mercado tende a um rearranjo fortíssimo, então em grandes mercados como a China as siderúrgicas estão cortando a produção. A construção civil caiu e não tem porque continuar a produzir (aço) para deixar no estoque", afirmou.
Como resultado dessa situação, o executivo disse que os valores do minério de ferro no chamado "mercado spot" desabaram."Os preços no mercado (spot) hoje são preços de liquidação. E você tem vários traders que compraram e estocaram e agora têm que vender por qualquer preço", declarou, acrescentando que a Vale não pretende participar desse mercado no momento.
"Os preços não são reais. Eles estão vendendo para pagar a conta de ontem."O presidente da Vale afirmou que a empresa vai aproveitar a pausa no ritmo do mercado para trabalhar em manutenção e eliminar alguns gargalos, operações que haviam sido deixadas de lado pelo forte movimento de produção e vendas que reinava no setor há poucos meses.
"A gente estava trabalhando com 110% da capacidade. Estávamos trabalhando sem estoque, e agora estamos voltando ao normal", afirmou."Algumas minas estão em processo avançado de deterioração. O minério está perdendo a qualidade. Por isso fechamos aquelas minas em que a qualidade é menor".

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Paulo Coelho

O escritor Paulo Coelho abriu, na Alemanha, no dia 16 de Outubro, a 60ª edição da Feira do Livro de Frankfurt, a maior em seu gênero em todo o mundo. Ele recebeu uma homenagem pelos 100 milhões de livros seus vendidos e também entrará para o Guinnes Book como o autor mais traduzido do planeta.Fora isso, Coelho também assina contrato para um filme baseado em sua biografia. Seu livro mais recente é "O vencedor está só". Além de sua obra, a literatura brasileira foi bem representada em Frankfurt com a participação nessa feira mundial de 43 editoras e um estande da Câmara Brasileira do Livro (CBL). A entidade fez parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para incentivar a venda de direitos autorais de obras nacionais para o mercado internacional.
Contestado por uns que taxam sua literatura de "menor" e fantasiosa, mas admirado por muitos, Paulo Coelho promoveu uma verdadeira globalização da leitura. Isso é muito nesses tempos de internet, de leitura virtual, rápida e monossilábica.
(Blog do Zé Dirceu)

NAPOLEÃO E OS SEUS SOLDADOS

Essa é do professor Marins:

Dizem que Napoleão Bonaparte classificava seus soldados em quatro tipos:

1. Os inteligentes com iniciativa;
2. Os inteligentes sem iniciativa;
3. Os ignorantes sem iniciativa;
4. Os ignorantes com iniciativa.



Aos inteligentes com iniciativa, Napoleão dava as funções de comandantes gerais, estrategistas. Os inteligentes sem iniciativa ficavam como oficiais que recebiam ordens superiores e as cumpriam com diligência. Os ignorantes sem iniciativa eram colocados à frente da batalha - buchas de canhão, como dizemos. Os ignorantes com iniciativa, Napoleão não gostava e não queria em seus exércitos.

Esse "achado" de Napoleão serve também para qualquer empresa. Será que também não temos em nosso "exército napoleônico", que é a empresa de hoje, esses três tipos de "soldados"? E não serão todos necessários?

Pense bem. Um exército só de generais estrategistas por certo não vencerá batalha alguma. Alguém tem que estar no front. Obedientes oficiais (diretores, gerentes) sem estratégia também não vencem uma guerra. Soldados (funcionários) dedicados, sem comando, sem chefia, sem direcionamento, também não trazem sucesso à batalha. Portanto, precisamos dos três tipos de soldados para vencer uma batalha, assim como dos três tipos de colaboradores para que possamos vencer os desafios do mercado competitivo em que vivemos.

Mas, assim como Napoleão, devemos nos livrar, o mais rapidamente possível, dos ignorantes com iniciativa. Um ignorante com iniciativa é capaz de fazer besteiras enormes. Um ignorante com iniciativa faz o que não deve, fala o que não deve e até ouve o que não deve. Um ignorante com iniciativa nos faz perder bons clientes, bons fornecedores. São os ignorantes com iniciativa que fazem produtos sem qualidade porque resolvem alterar processos definidos. Um ignorante com iniciativa é, portanto, um grande risco. Não precisamos dele. Nem Napoleão os queria.

E sua empresa? Você identifica em sua empresa os quatro tipos de soldados de Napoleão? E o que faz com cada tipo? Você tem sabido se livrar dos ignorantes com iniciativa?

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Futebol $$ Alegria do Povo $$


Sou um admirador do futebol. Mas não sou um conhecedor de esquemas táticos mirabolantes nem sei falar o futebolês naquela linguagem elaborada, confusa e muitas vezes chata. Gosto da magia do futebol bem jogado, artístico, puro e genuíno. Torço para um time que não ganha um campeonato – de verdade – há muitos anos e não o troco por nenhum Real Madri. O Hino do meu time diz uma verdade com relação a isso “ Uma vez até morrer!”.
O futebol tem isso, uma emoção única, um algo mais que só o brasileiro explica, que é a simpatia pura, incondicional, personalíssima que algumas pessoas chamam de paixão. Não se vê torcedores de verdade trocando o Remo pelo Paysandu, Corínthians pelo São Paulo ou Atlético pelo Cruzeiro apenas por causa de uma campanha ruim de um ou de outro. Aprende-se a gostar de um time na derrota ou na vitória e essa máxima é uma importante lição de vida.
Foi através do futebol que eu aprendi que nem sempre se ganha.
Eu gostava de ver o futebol jogado na década de 80, quando o Brasil passava por aquele jejum de títulos e os jogadores jogavam de forma sincera, honesta e visceral. Lembro-me da Copa do Mundo de 82, onde eu, menino de 16 anos, chorei e pulei de alegria em cada gol do Brasil, vendo na fisionomia dos jogadores daquele time dos sonhos, a sinceridade, o amor pelo que estavam fazendo.
Até hoje eu mal acredito que aquele time fantástico pudesse perder! Não quero ser saudosista ou nostálgico mas hoje, a mediocridade impera. Há jogadores medianos sendo cobiçados por vários times e a poesia se traduz em montanhas de dólares, com cifras astronômicas e irreais que seduzem e fascinam violentamente jogadores e clubes. Os jogadores que se destacam hoje não se identificam com clube algum e são simpáticos apenas aos que pagam mais. Até mesmo aqueles “monstros sagrados” atuais como Kaká e Ronaldinho gaúcho tem prazo de validade definido. Ficam no clube apenas enquanto a imagem publicitária compensa, após, são oferecidos como mercadoria na feira.
O marketing exagerado está conseguindo acabar com o que o futebol tem de mais bonito, que é a espontaneidade. Conta-se que, tempos atrás, a Seleção Brasileira foi jogar contra a União Soviética e o treinador russo se gabava de ter conseguido um plano para anular Pelé. Propagou aos quatro ventos que tinha descoberto a fórmula mágica para parar o “homem”. Chamou a imprensa, mostrou seu esquema, explicou aos jogadores, elaborou um projeto e ficou fechado no hotel com os jogadores durante uma semana, estudando a sua teoria de 'como parar Pelé'. Começou o jogo e com um minuto de bola rolando, Pelé driblou a zaga toda e meteu um gol por entre as pernas do goleiro.
Futebol de verdade é assim; a lógica vai para as “cucuias”.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A PEDRA

Recebi essa do Dr. Geraldo Abdala
A PEDRA

O Distraído, nela tropeçou.
O Bruto, usou-a como arma de arremesso.
O Empreendedor, usando-a, construiu.
O Camponês, cansado da lida, dela fez assento.
Para os Meninos, ela foi brinquedo.
Drummond, poetizou-a.
Já Davi, com ela matou Golias, e Michelangelo, extraiu-lhe a mais bela escultura.
Em todos esses CASOS, a diferença nunca esteve na PEDRA, mas no HOMEM!
Não existe 'PEDRA' no seu caminho que você não possa aproveitá-la para o seu próprio crescimento.

domingo, 26 de outubro de 2008

QUESTÃO DE CIVILIDADE

Parauapebas já tem 20 anos e eu cheguei aqui há mais de dez. Participei de algumas coisas aqui que me faz sentir filho desse lugar. Os amigos que frequentam a minha casa são moradores dessa cidade. Aqui venho construindo amizades sinceras e confiáveis, por isso tenho a liberdade de apontar os defeitos e as qualidades daqui. Quando alguém me questiona a respeito da violência, escolas de qualidade e outras coisas do gênero, comparando o Pará com o Sudeste do País, eu apenas digo que os problemas sociais estão generalizados e ficar comparando significa preconceito e falta de visão.

O Brasil é um só. Agora, existe uma coisa que precisamos dar um jeito de melhorar urgentemente, porque não apenas mancha a nossa imagem, como atrapalha a nossa qualidade de vida. Estamos nos acostumando a ser maltratados por nós mesmos. A grosseria e a falta de respeito vem tomando conta das relações humanas em Parauapebas.

O cartão de visitas de uma cidade não são apenas suas praças e ruas asfaltadas mas também a educação e a civilidade de seus habitantes.

Essa rotina já esta passando dos limites e o pior é que o povão se acostuma rápido a achar que não merece coisa melhor. Todo o dinheiro que corre em Parauapebas não é maior nem mais precioso do que as pessoas que vivem aqui. O povo dessa cidade é de ouro; é necessário que ele seja lapidado para mostrar o seu brilho de forma intensa. Cabe aos responsáveis pelo comércio treinar melhor seus funcionários e ampliar a sua própria visão pois quando alguém não me trata bem é porque não me respeita, se não me respeita é porque não está nem ligando se eu existo. Não se trata de uma mera questão de gentileza e sim de civilidade. Todos nós merecemos.

sábado, 25 de outubro de 2008

De volta à elite

Depois de um ano de calvário, o Corínthians volta à elite do futebol, depois de vencer o Ceará no Pacaembu, hoje à tarde. Passei por um sofrimento desses com meu Atlético Mineiro, que também deu a volta por cima em 2006. A Torcida do Corínthians vem entoando a música do Roberto Carlos "O Portão" como seu hino, nos útimos jogos. Bem vindo!

Salvar a Terra ou as bolsas?

Salvar a Terra é mais barato do que salvar as bolsas. Em menos de um mês o derretimento do sistema financeiro internacional custou mais de US$2 trilhões — só o pacote de líderes europeus para os bancos é coisa de US$1,36 trilhão.
Nos EUA se fala em algo em torno US$3 trilhões. Isso é muito mais do que o Relatório Stern estimou que seria necessário para salvar o planeta do aquecimento global até o fim do século, caso os governos se mexessem agora — o que, claro, não aconteceu. Preparado pelo ex-economista chefe do Banco Mundial Nicholas Stern, em 2006, o relatório estimou que consertar o clima custaria 1% a 3% do PIB mundial (1% equivale, a grosso modo, a cerca de US$650 bilhões ).
Não fazer nada custará 20% do PIB planetário. E os governos dão sinais de que não farão mesmo nada significativo. Porém, as bolsas não são as únicas a derreter. O gelo dos pólos vai literalmente por água abaixo e, com ele, o sistema climático. O sinal mais recente chegou neste fim de semana. O navio alemão Polarstern se tornou o primeiro barco de pesquisa a circunavegar o Pólo Norte e a atravessar num mesmo verão (no Hemisfério Norte) as passagens Nordeste e Noroeste.
Em 2013, não haverá mais gelo no verão do Ártico. E se a Bolsa de Nova York não quebrava há 80 anos, o Ártico também não derretia dessa forma há 3 milhões de anos. Um climatologista lembrou esta semana no jornal inglês “Independent” que o Ártico é “o canário de mina” das mudanças climáticas. O problema é que o passarinho, pelo visto, já morreu. O GLOBO - 21/10/08

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

MARINA SILVA E SUA EXPERIÊNCIA DE VIDA

Este texto foi distribuído para os expectadores de um evento no qual palestraram a ex-ministra do meio ambiente Marina Silva e o atual ministro Carlos Minc. A autoria do texto é da Marina e trata-se de uma bela descrição sobre a vida na floresta, chamando a atenção para como devemos lidar com os desafios sociais e ambientais que afligem a todos, de alguma forma. O texto é um pouco extenso mas vale a pena a leitura.
"ATRÁS DE UMA BORBOLETA AZUL"

"Florestas não são apenas estatísticas. Nem apenas objeto de negociações, de disputa política, de teses, de ambições, de pranto. Antes de mais nada, são florestas, um sistema de vida complexo e criativo. Têm cultura, espiritualidade, economia, infra-estrutura, povos, leis, ciência e tecnologia. E uma identidade tão forte que permanece como uma espécie de radar impregnado nas percepções, no olhar, nos sentimentos, por mais longe que se vá, por mais que se aprenda, conheça e admire as coisas do resto do mundo.
Vivi no seringal Bagaço, no Acre, até os 16 anos. Tenho pela floresta muito respeito e cuidado. Quem conhece a mata não entra de peito aberto, mas com muita cautela. Ali estão o suprimento, a proteção e os perigos.E também o mistério, algo não completamente revelado. Vidas e formas quase imperceptíveis. O encontro, a cada momento, de um cipó diferente, uma raiz, uma textura, uma cor, um cheiro. A descoberta dos sons. Até o vento na copa das árvores compõe melodias únicas, de acordo com a resistência oferecida pela castanheira, a samaúma, o açaizeiro.Na minha infância o som que achava mais bonito era o do período da florada das castanheiras. A castanheira é polinizada por uma abelha enorme, o mangangá. Imaginem centenas de mangangás entrando nas flores para tirar o néctar! Como a flor é côncava, na hora de sair têm que fazer uma força extraordinária nas asas, num vôo de frente pra trás, que provoca um barulho de máquina potente e rouca. Uma de minhas primeiras lembranças do mundo é do barulho dos mangangás na copa da castanheira ao lado do terreiro da nossa casa.
Embora para muitas pessoas a floresta possa parecer homogênea, sempra a vi como espaço de diversidade. Gostava de prestar atenção em pequenas coisas, como formigas levando folhas para o buraco. O caminho das formigas era bem limpinho, parecia varrido. A estrada de seringa era cheia de folhas, tocos, raízes, de espera-aí - um espinho de rama que arranha a perna quando a gente passa. E eu imaginava como seria bom ter uma estrada de seringa limpa como o caminho das formigas!
Outra formiga, a tucandeira, tem uma ferroada tão dolorosa que não dá nem para explicar. Mas havia também uma razão mítica pra temê-la. Meu tio Pedro Mendes, que durante muito tempo conviveu com os índios do Alto Madeira, dizia que as tucandeiras viravam cipó de ambé. Se morresse uma na copa da árvore, o corpo virava a planta e as pernas viravam os cipós. Quando se era mordido de tucandeira, a primeira coisa a fazer era procurar um cipó de ambóe, cortar e beber a água porque ela era o antídoto. Não sei se era mesmo, mas ajudava a aliviar a dor.
Meu tio ensinava coisas em que a gente acreditava profundamente. Ele dizia que se a gente se perdesse e visse uma borboleta azul, era só segui-la que ela nos levaria para a clareira mais próxima e de lá acharíamos o caminho de casa. Essa borboleta é linda, enorme, quanse do tamanho da mão. Nunca vi um azul igual. Que, aliás, é marrom. Os pesquisadores do INPA descobriram que ela tem uma engenharia de disposição das escamas das asas que faz com que, na incidência de luz, se tornem azuis.Depois entendi porque nos levava para casa. Porque gosta de pousar em frutas como banana e mamão maduros, já bicadas pelo passarinho pipira. Quando sente fome, procura a primeira clareira onde haja um roçado de frutas. E lá perto, certamente haverá uma casa. São coisas que parecem crendice, mas há conhecimento científico associado, obtido pelo mesmo princípio do método acadêmico: observação sistemática dos fenômenos.
Antes de existir Ecologia como ramo de conhecimento ou ambientalismo como movimento, o sistema da floresta já tinha suas normas, o seu "Ibama" natural, sua sustentabilidade, por meio de um código mítico que funciona como legislação de proteção da mata e das formas de vida que a habitam. Não se podia pescar mais do que o necessário, porque a mãe-d'água afundaria a canoa. Não se podia caçar demais porque o caboclinho do mato daria uma surra. Não se podia matar animal prenhe porque a pessoa ficaria panema, ou seja, azarado. E para tirar o azar seria preciso um ritual tão complicado que era preferível deixar o bicho em paz.
As práticas de acesso aos recursos da floresta, mediadas por esse código mítico, levam a um alto grau de equilíbrio. Só se caçava quando acabasse a carne seca pendurada no fumeiro do fogão. Logo, se não se podia caçar em excesso, não havia carne para venda, só para o próprio consumo. Contrariada essa norma, o caboclinho do mato castigaria o infrator com uma surra de cipó de fogo com nó na ponta. A pessoa apanhava, sem conseguir se defender porque não via a entidade. Ficava toda lanhada, com febre. Até o cachorro, se acuava uma caça desnecessária, começava a pular e ganir de dor. Era o caboclinho disciplinando o animal.
Os relatos eram inúmeros e me deixavam com muito temor de andar pelo mato. Superava-o, em primeiro lugar, cumprindo à risca as leis míticas. Além disso, desde criança tenho uma fé imensa e achava que, sendo justa com a natureza, Deus me protegeria. E mesmo com todo esse temor, minhas irmãs e eu gostávamos de andar pela floresta porque lá a gente se divertia muito. Por exemplo, fazendo balanço de um cipó muito resistente, em árvores que chegavam a trinta metros de altura. Pescar nos igarapés, colher bacuri, abiu, taperebá, ingá, tucumã, cajá, era muito bom.É um mundo de sabedoria tradicional, de organização social e cultural inseparável da existência da floresta.
Até que um dia chegaram as motoserras e tratores e desconstituíram os códigos míticos, criando a necessidade crescente do aparato legal que, por não estar dentro do homem, precisa de instituições e mecanismos para implementá-lo. Não foi à toa que a primeira grande operação de combate a desmatamento feita pela Polícia Federal, envolvendo 480 agentes, no estado de Mato Grosso, foi batizada de Operação Curupira.
Se abríssemos hoje nossa sensibilidade para os valores da floresta, talvez se tornasse mais fácil redefinir o que entendemos por qualidade de vida. Quem sabe, pode estar faltando uma enorme borboleta azul para nos conduzir para casa, onde os frutos de nossas decisões sempre nos aguardam em mesa farta."

Súmula referente ao Nepotismo

Assunto que, de uma forma ou de outra, está na boca do povo:


Súmula Vinculante nº. 13:
"A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta ou indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal".

A JUVENTUDE, SEGUNDO SÓCRATES...

Sempre gostei dos impulsos inovadores da juventude. Tenho dois filhos ainda crianças que me ajudam a renovar meus sentimentos pelos jovens. É certo que os jovens precisam de direcionamento para que caminhem certo. Isso não é de hoje. Vejam o que o filósofo Sócrates dizia dos jovens, quase quinhentos antes antes de Cristo ( ninguém pode dizer que não é um texto atual...) :
"Os jovens de hoje gostam do luxo. São mal comportados, desprezam a autoridade. Não têm respeito pelos mais velhos, se passam o tempo a falar em vez de trabalhar. Não se levantam quando um adulto chega. Contradizem os pais, apresentam-se em sociedade com enfeitos estranhos. Apressam-se a ir para a mesa e comem os acepipes, cruzam as pernas e tiranizam os seus mestres. SÓCRATES (470-399 A.C.)
Aliás, vejam outros pensamentos "atuais" a respeito dos jovens:
“O nosso mundo atingiu um estado crítico. As crianças já não dão ouvidos aos seus pais. O fim do mundo não pode estar muito longe.”
(Sacerdote egípcio, ca. 2000 a.C.)

“Esta juventude está podre no fundo do coração. Os jovens são maus e preguiçosos. Nunca serão como a juventude de outros tempos. Os de hoje não serão capazes de manter a nossa cultura.”
(Inscrição em cerâmica encontrada nas ruínas de Babilónia, ca. 2000 a.C.)

“Não tenho nenhuma esperança quanto ao futuro do nosso país, se a juventude de hoje tomar o poder amanhã, porque esta juventude é insuportável, sem comedimento, simplesmente terrível.”

Hesíodo (ca. 720 a.C.)

“O pai teme os seus filhos. O filho acha-se igual ao seu pai e não tem nem respeito nem consideração aos seus pais. O que ele quer é ser livre. O professor tem medo dos seus alunos. Os alunos cobrem o professor de insultos. Os mais novos querem tomar já o lugar dos mais velhos. Os mais velhos, para não parecerem antiquados ou despóticos, consentem nesta demissão. E, para coroar tudo, em nome da liberdade e da igualdade: a libertação dos sexos !”
(Platão ; 428-348 a.C.; A República, livro VIII)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

“Leis Dinâmicas da Prosperidade”



As pessoas que anseiam por um amanhã melhor para si, podem ter os métodos mais distintos para concretizar seus quereres. Algumas trabalham incessantemente para que isso aconteça. Até aí, nenhuma novidade. Afinal de contas a maioria dos vencedores se forjaram na luta, no trabalho, na lida diária e nas lições que os tropeços (que todos estamos sujeitos) nos ensina. Focar um objetivo e trabalhar para que ele se realize é uma atitude saudável e legítima do ser humano. O grande x da questão é esse “trabalhar para que ele se realize”. Existem pessoas que com paciência admirável, trabalham de sol a sol, ganhando apenas o salário mínimo – ou menos - e tem o seu maior objetivo em ver os filhos alimentados, sendo essa a sua meta maior de vida ( quantas pessoas vivem assim nesse Brasil!). Outros traçam ideais mirabolantes de vida e, hipnotizados por eles, ultrapassam quaisquer barreiras para alcançá-los não se importando com a ética, ou escrúpulos; não vêem nada nem ninguém capaz de impedi-los e envolvidos pela ânsia de levar vantagem, pisam, vilipendiam, manipulam, insultam. Parauapebas é a cidade que traz em si aquela antiga alquimia de transformar chumbo em ouro. Aqui, pessoas do povo, sem histórico de riqueza ou berço de ouro, tem a possibilidade de enriquecer, sim - pasmem - trabalhando. Aqui tem de tudo mesmo. Existem até aquelas pessoas que trabalham de graça, por mais inacreditável que isso possa ser! Eu mesmo conheço uma pessoa assim. Existem histórias fantásticas de vida aqui em Parauapebas. O vendedor de frango assado que começou com meia dúzia de penosas pode ser amanhã um importante empresário, empregador de várias pessoas e voz forte na comunidade. A lei fundamental para a prosperidade é aquela antiga ( escrita na Bíblia) de semear e colher, dar e receber. Os cientistas a descrevem como a lei da ação e reação. Alguns a denominam de lei da oferta e da procura. O famoso escritor Emerson a descreveu como a lei da compensação, pela qual o semelhante atrai seu semelhante. Ele demonstrou que a lei da compensação é a “lei das leis”. A maioria das pessoas ainda tem que aprender que não se pode conseguir nada de graça, mas sim tem que dar antes de receber, ou tem que semear antes de colher.Li isso em um interessante livro chamado “Leis dinâmicas da prosperidade”. Sei de uma coisa: Quanto mais o homem se acostuma a TER, mais se desacostuma com a simplicidade do SER; venho aprendendo que o verdadeiro rico não é aquele que mais tem e sim o que menos precisa.

TODO DIA É DIA DO AMIGO

Todo dia é dia do amigo. A eles, os meus amigos, dedico a canção abaixo que vem em ritmo de poesia.

CANÇÃO DO AMIGO

Rui Biriva



"Os amores qual as flores são encantos passageiros, em chegadas e partidas.
Mas te digo companheiro: amigo á pra toda vida.

Todo amor cobra seu preço, brilha mas se despedaça. Beija e deixa cicatrizes, porém as horas felizes o amigo traz de graça!

Amizade, amizade, é dom divino da paz.
É poesia e violão cantando a mesma canção com duas vozes iguais
São os diamantes da vida que brilham nos olhos da gente
Um amigo é para sempre, um amigo é para sempre!

É um duende, é uma fada, é nosso anjo da guarda
A mãe, o pai, o filho, a eterna mão abençoada sempre estendida ao auxílio.

Quando mesmo Deus nos falta, mesmo assim está presente
Pois se a gente leva um tombo, o amigo empresta o ombro e chora junto da gente!

Amizade, amizade, é dom divino da paz
É poesia e violão cantando a mesma canção com duas vozes iguais.
São os diamantes da vida que brilham nos olhos da gente.
Um amigo é para sempre, um amigo é para sempre

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

PENA DE MORTE

Mesmo com todas essas tragédias acontecendo, ainda assim não sou favorável à pena de morte. Já foi comprovado que ela não é solução em nenhum dos países aplicados. Transformar o estado em carrasco é fazê-lo mais cruel do que ele já é. Aliás, com todos os equívocos que o "sistema" produz, colocá-lo como algoz, literalmente, é um grande risco. Ouvi, um dia, que mais vale absolver 100 culpados do que condenar um inocente.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

FRASE DE MAHATMA GANDHI



"Tenha sempre bons pensamentos, porque os seus pensamentos se transformam em suas palavras.Tenha sempre boas palavras, porque suas palavras se transformam em suas ações.Tenha sempre boas ações, porque suas ações se transformam em seus hábitos.Tenha sempre bons hábitos, porque os seus hábitos se transformam em seus valores.Tenha sempre bons valores, porque os seus valores se transformam no seu próprio destino."
Mahatma Gandhi

Informação Jurídica...

Apesar de não ser a finalidade desse blog, vou colocar aqui uma informação jurídica, já que tenho recebido algumas consultas nesse sentido.

Trata-se do artigo 21 da resolução 22.715/08:



Da Data Limite para a Arrecadação e Despesas
Art. 21. Os candidatos e comitês financeiros poderão arrecadar recursos e contrair obrigações até o dia da eleição.

§ 1º Excepcionalmente, será permitida a arrecadação de recursos após o prazo fixado no caput, exclusivamente para quitação de despesas já contraídas e não pagas até aquela data, as quais deverão estar integralmente quitadas até a data da entrega da prestação de contas à Justiça Eleitoral, vedada a assunção de dívida por terceiros, inclusive por partido político.
§ 2º As despesas já contraídas e não pagas até a data a que se refere o caput deverão ser comprovadas por documento fiscal emitido na data de sua realização.

SORTE

A paraense Maria Augusta Silva dos Anjos, que completa hoje 39 anos, recebeu o coração de Eloá Cristina Pimentel. O transplante foi feito no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo.Maria Augusta, a paciente que recebeu o órgão de Eloá, sofria de cardiopatia congênita e descobriu que precisaria de um transplante em 2006. Ela veio do Pará a São Paulo em janeiro de 2007, e esperava pelo transplante desde então. Ela não estava no topo da fila de espera, mas se enquadrou em todas as características médicas para receber o órgão de Eloá.

sábado, 18 de outubro de 2008

PAIS E FILHOS

Piorou o estado de saúde da garota de 15 anos baleada na cabeça ontem após passar cem horas mantida refém pelo ex-namorado em Santo André (Grande São Paulo). Segundo os médicos, ela começou a ser retirada do coma induzido porque, por não apresentar reflexos, o objetivo é saber como a menina reagirá sem os medicamentos. (uol.com.br)

Esse trágico acontecimento retrata de forma triste a situacao dos jovens e o descontrole que os pais tem da vida dos filhos. Não adianta tentar arranjar culpados (isso é com a polícia), o que importa é orientar melhor os filhos e ensiná-los a se desvencilhar das más companhias.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

POLÍCIA

O confronto entre as "polícias" ( civil e militar) ontem em São Paulo, retrata bem a situação de instabilidade em que vivemos. Olha que situação inusitada: o cidadão vai para a rua e se depara com balbúrdias causadas por quem? Por quem tem a obrigação legal de defendê-lo...

Não se trata de uma situação isolada. É também uma questão social e as reivindicações dos policiais, por vezes, são justas. A forma é que é lamentável. Até lembrei de uma música de protesto dos Titãs:

Polícia

Dizem que ela existe pra ajudar,
Dizem que ela existe pra proteger,
Eu sei que ela pode te parar,
Eu sei que ela pode te prender:

Polícia para quem precisa,
Polícia para quem precisa de polícia
Polícia para quem precisa,
Polícia para quem precisa de polícia.

Dizem pra você obedecer,
Dizem pra você responder,
Dizem pra você cooperar,
Dizem pra você respeitar.

Polícia para quem precisa,
Polícia para quem precisa de polícia
Polícia para quem precisa,
Polícia para quem precisa de polícia

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O QUE É UM ESTADISTA?

Dia desses acompanhei uma entrevista de Lula a um programa de TV da Inglaterra. Apesar de não ter o ‘glamour’ de alguns presidentes, gostei da forma natural, altiva e do conhecimento dos problemas nacionais que ele demonstrou ao apresentador inglês.
Hoje em dia o mundo padece por falta de líderes de verdade. Falo daquelas pessoas que exercem influência positiva sobre a sociedade, sem pretender que essa influência se converta em vantagens pessoais. Lideres que saibam competir e reconhecer seus auxiliares nos momentos de glória ou desterro e não os decepciona.
Lula é um exemplo. Com todas as suas limitações, está conseguindo ganhar o respeito mundial, reconhecendo que é muito mais do que um líder partidário ou de uma facção ideológica.

TIME SEM SAL...

O Brasil empatou ontem, com a Colômbia, em pleno maracanã, sem gols. A nossa seleção conta com um timezinho medíocre, que não empolga, não "ata nem desata". Dunga foi colocado para contrapor à frieza e desânimo de Parreira e está conseguindo superá-lo ( negativamente).

Volta Filipão!!!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

A CAPAÇÃO DO CABRA DEBOCHADO

O Instituto Histórico de Alagoas guarda em seu acervo uma sentença de 1883, na qual um homem acusado de crimes sexuais foi condenado à castração pelo juiz da Comarca de Porto da Folha (SE). Destaque para uma citação em latim no mínimo curiosa.

“SENTENÇA DO JUIZ MUNICIPAL EM EXERCÍCIO, AO TERMO DE PORTO DA FOLHA - 1883.
SÚMULA: Comete pecado mortal o indivíduo que confessa em público suas patifarias e seus boxes e faz gogas de suas víctimas desejando a mulher do próximo, para com ella fazer suas chumbregâncias.
Vistos, etc.
O adjunto Promotor Público representou contra o cabra Manoel Duda, porque no dia 11 do mês de Senhora San´Anna, quando a mulher de Xico Bento ia para a fonte, já perto dela, o supracitado cabra que estava de tocaia em moita de matto, sahiu dela de sopetão e fez proposta a dita mulher, por quem roía brocha, para coisa que não se pode traser a lume e como ella, recusasse, o dito cabra atrofou-se a ella, deitou-se no chão deixando as encomendas della de fora e ao Deus dará, e não conseguio matrimônio porque ella gritoue veio em amparo della Nocreyo Correia e Clemente Barbosa, que prenderam o cujo flagrante e pediu a condenação delle como incurso nas penas de tentativa de matrimônio proibido e a pulso de sucesso porque dita mulher taja pêijada e com o sucedido deu luz de menino macho que nasceu morto.
As testemunhas, duas são vista porque chegaram no flagrante e bisparam a pervesidade do cabra Manoel Duda e as demais testemunhas de avaluuemos. Dizem as leises (sic) que duas testemunhas que assistem a qualquer naufrágio do sucesso faz prova, e o juiz não precisa de testemunhas de avaluemos e assim:
Considero-que o cabra Manoel Duda agrediu a mulher de Xico Bento, por quem roía brocha, para coxambrar com ella coisas que só o marido della competia coxambrar porque eram casados pelo regime da Santa Madre Igreja Cathólica Romana.
Considero-que o cabra Manoel Duda deitou a paciente no chão e quando ia começar as suas coxambranças viu todas as encomendas della que só o marido tinha o direito de ver.
Considero-que a paciente estava pêijada e em consequência do sucedido, deu a luz de um menino macho que nasceu morto.
Considero-que a morte do menino trouxe prejuízo a herança que podia ter quando o pae delle ou mãe falecesse.
Considero-que o cabra Manoel Duda é um suplicado deboxado, que nunca soube respeitar as famílias de suas vizinhas, tanto que quis também fazer coxambranças com a Quitéria e a Clarinha, que são moças donzellas e não conseguio porque ellas repugnaram e deram aviso a polícia.
Considero-que o cabra Manoel Duda está preso em pecado mortal porque nos Mandamentos da Igreja é proibido desejar do próximo que elle desejou.
Considero-que sua Magestade Imperial e o mundo inteiro, precisa ficar livre do cabra Manoel Duda, para secula, seculorum amem, arreiem dos deboxes praticados e as sem vergonhesas por elle praticados e para que as fêmeas e machos não sejam mais por elle incomodados.
Considero-que o Cabra Manoel Duda é um sujeito sem vergonha que não nega suas coxambranças e ainda faz isnoga da incomendas de sua víctima e por isso deve ser botado em regime por esse juízo.
Posto que:

Condeno o cabra Manoel Duda pelo malifício que fez a mulher de Xico Bento e por tentativa de mais malifícios iguais, a ser capado, capadura que deverá ser feita a macete.
A execução da pena deverá ser feita na cadeia desta villa. Nomeio carrasco o Carcereiro.

O nosso Prior aconselha:

"Homine debochado debochatus mulherorum inovadabus est sentetia qibus capare est macete macetorim carrascus sine facto nortre negare pote."

Cumpra-se a apregue-se editaes nos lugares públicos. Apelo ex-officio desta sentença para juiz de Direito deste Comarca.

Porto da Folha, 15 de outubro de 1833.

Assinado: Manuel Fernandes dos Santos, Juiz Municipal suplente em exercícios.”

LIBERDADE, LIBERDADE, ABRE AS ASAS SOBRE NÓS!

Daqui há um mês, dia 15 de Novembro, comemora-se a Proclamação da República no Brasil. Trata-se de um marco histórico, época em que comemoramos, teoricamente, a quebra do Regime Imperialista, dominado pelos portugueses, que queriam de nós apenas as riquezas colossais que poderíamos “oferecer” ( e fornecemos) à Coroa Portuguesa. O Hino à República, belíssimo, tem em seu refrão: “Liberdade, Liberdade, abre as asas sobre nós!” Foi escrito há mais de cem anos e o motivo de tal clamor era de que nos livrássemos “ das garras de Portugal” ( o hino fala textualmente). Hoje, mais de cem anos depois, estamos lutando para nos livrar das garras de nós mesmos, brasileiros, atordoados pela falta de escrúpulos, vivendo a vida e tendo a sensação de que um dia a mais nos faz sobreviventes. O Brasil liberto de hoje é aquele mesmo País que produz mães que jogam filhos recém-nascidos nos esgotos, que trata mal os seus velhos e que tem milhões de crianças nas ruas, desaprendendo a ser gente. Liberdade, Liberdade, abre as asas sobre nós e nos mostre, cem anos depois, como nos livrar da mentalidade minúscula que turva a visão dos pequenos políticos, que não conseguem enrolar a bandeira e vivem duelando contra seus próprios preconceitos. Já naquela época, o primeiro Presidente da República, o Marechal Deodoro, era um Monarquista que se rendeu aos anseios e necessidades da Nação e se colocou á disposição da República mostrando que os homens podem ceder quando interesses maiores e legítimos estão acima dos seus próprios interesses pessoais. Hoje em dia a gente vê, em nível nacional, verdadeiras batalhas em torno de espaço na mídia e os holofotes mirando apenas no que é negativo. O que dá “ibope” é notícia ruim. Pode reparar. Vou dar um exemplo: estou vendo agora na internet, as seguintes manchetes: “INSS apura 21 mil casos de fraude na aposentadoria por invalidez”; “ “ Criminalidade aumenta em todo interior do Brasil”. Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós, ainda hoje, em 2008, continuamos cantando a atual estrofe do nosso centenário Hino, porque um País que tem tantos analfabetos não pode ser chamado de livre e não adianta querer colocar a culpa em um ou outro porque isso já é uma situação crônica, que não se resolverá em poucos anos. Alguns de nossos maiores calos tem a raiz no início da nossa história, que até hoje é mal contada. Ninguém sabe quem foi o vilão ou quem é o herói. Somos especialistas em arranjarmos culpados para as nossas mazelas e esquecemos que quando apontamos o dedo para alguém, tem três apontados para nós mesmos. Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós e nos mostre como é ser uma verdadeira República de homens e mulheres livres, honestos, sinceros e irmãos. Isso é utopia? Veja então como conclui uma das estrofes do nosso belo Hino à República: "Mensageiro de paz, paz queremos, É de amor nossa força e poder!"

Que animal se identifica contigo?

Que animal você é?

O homem sempre esteve integrado à natureza. Os animais representam nosso conjunto de potencialidades e instintos, que, ao serem assimilados de forma positiva, viram dons especiais. Reponda às perguntas e descubra o animal que há dentro de você!


fazer o teste

terça-feira, 14 de outubro de 2008

RETRATO DE JESUS

Em Roma, no arquivo do Duque de Cesadini, foi encontrada uma carta de Públio Lêntulus, Legado na Galiléia, do Imperador Romano Tibério César. Eis a carta que é um retrato fiel de Jesus:


“Existe nos nossos tempos um homem, o qual vive atualmente de grandes virtudes, chamado Jesus, que pelo povo é inculcado profeta da verdade e os seus discípulos dizem que é filho de Deus, criador do Céu e da Terra e de todas as coisas que nela se acham e que nela tenham estado; em verdade, cada dia se ouvem coisas maravilhosas desse Jesus; ressuscita os mortos, cura os enfermos em uma só palavra; é um homem de justa estatura e é muito belo no aspecto.
Há tanta majestade no rosto, que aqueles que o vêem são forçados a amá-lo ou temê-lo. Tem os cabelos da cor da amêndoa bem madura, distendidos até as orelhas e das orelhas até as espáduas, são da cor da terra, porém mais reluzentes.
Tem no meio da sua fronte uma linha separando os cabelos, na forma em uso nos nazarenos; o seu rosto é cheio, o aspecto é muito sereno, nenhuma ruga ou manchas se vê em sua face de uma cor moderada; o nariz e a boca são irrepreensíveis.
A barba é espessa, mas semelhante aos cabelos, não muito longa, mas separada pelo meio, seu olhar é muito especioso e grave; tem os olhos graciosos e claros; o que surpreende é que resplandecem no seu rosto como os raios do sol, porém ninguém pode olhar fixo o seu semblante, porque quando resplende, apavora, e quando ameniza faz chorar; faz-se amar e é alegre com gravidade.
Diz-se que nunca ninguém o viu rir, mas, antes chorar. Tem os braços e as mãos muito belos; na palestra contenta muito, mas o faz raramente e, quando dele alguém se aproxima, verifica que é muito modesto na presença e na pessoa. É o mais belo homem que se possa imaginar, muito semelhante a sua mãe, a qual é de uma rara beleza, não se tendo jamais visto, por estas partes, uma donzela tão bela.
De letras, faz-se admirar de toda a Cidade de Jerusalém; ele sabe todas as ciências e nunca estudou nada. Ele caminha descalço e sem coisa alguma na cabeça. Muitos se riem, vendo-o assim, porém em sua presença, falando com ele, tremem e admiram.
Dizem que um tal homem nunca fora ouvido por estas partes. Em verdade, segundo me dizem os hebreus não se ouviram, jamais, tais conselhos de grande doutrina, como ensina este Jesus; muitos judeus o têm como Divino e muitos me querelam, afirmando que é contra a lei de tua Majestade.
Diz-se que este Jesus nunca fez mal a quem quer que seja, mas, ao contrário, aqueles que o conhecem e com ele têm praticado, afirmam ter dele recebido grandes benefícios e saúde.
Públio Lêntulus

BrazilFoundation seleciona projetos para patrocínio

13/10/08

A BrazilFoundation, fundação que apoia projetos sociais de organizações da sociedade civil em todo o país, abriu inscrições para o seu processo de seleção 2008. A fundação recebe projetos nas áreas de Educação, Saúde, Direitos Humanos, Cidadania e Cultura, remetidos pelo correio até 5 de dezembro, que concorrerão ao apoio financeiro de até R$ 30 mil, para cada projeto. Os projetos selecionados serão monitorados durante seu desenvolvimento e receberão apoio técnico em gestão e comunicação. O Edital 2008/2009 está disponível no site www.brazilfoundation.org, contendo os critérios de seleção, o formulário de inscrição e o modelo de planilha de custos do projeto. O carimbo do correio servirá como comprovante de postagem dentro do prazo. Para todos os detalhes e requisitos, leia atentamente o edital. Fonte: http://www.gife. org.br/redegifeo nline_noticias. php?codigo= 8213&tamanhodetela= 4&tipo=ns

DOTÔRI

O texto abaixo foi escrito pelo psicólogo e escritor Lincoln Campos que se specializou no árduo ofício de recuperar seres humanos, portadores de sofrimento mental. Em suas andanças pelo sertão mineiro, incorporou a verve de Guimarães Rosa, transcrevendo de forma magistral os dialetos escondidos nos rincões deste País. Vamos ao texto:

"Então o caminho é de grande distancia. Seguindo no puerão pra mais de légua, íamo cumo novidade naquele sertão, passando pelos caminho, encontrando as mais da gente que oiava de ôio curioso. Quando as mais da vez sodava e inquiria do que a gente fazia naquele lonjurão, a gente respondia e seguia no carrêro que se num dava só pra um de vez, quem ia no diante tinha visage mas clara do seguinte, e nós que ia no detrás só via o pó no levante.
O suor descia na barriga fazendo gastura e o abafamento do dia era que nem puxa folgo d’água, no iniciar do caminho até o pessoal brincava para valê fazendo chacota uns cunsôtro, mas agora já no meio a fala num dava pra brincá. Ali num existia mais quem era de mandá o de recebê, tava tudo num só. Purisso que o nome do lugar é CRUZINHA no que diminui o nome pra gente vê que ainda tem carga pior. Lá já no adiantado passava nós nas furquia do caminho seguindo as menina do PSF que nem de rubor mostrava, no que a gente admirava e elas respondia: - VIX!! TAMO ACUSTUMADA DAQUI PRA MAIS.... Aquele povo todo de branco caminhano no filamento chegava clariá o dia cumo se assim fosse de precisão, um menino gritô lá do fundo do quintal, “VEM VÊ TEM MILHÕES DE GENTE ANDANO!!”.
Minha cabeça já tava no além dali, pensava nos escritório do governo na capital, das vez que lá fui, vi todo mundo vestino camisa de manga cumprida mesmo no calorão. Quando entrei já fui vendo aquele povão que nenhum sabia. O moço da portaria era assim bem vestido como lá diz: “estudado”, já na consulta de quem era eu, e assim logo me tascou um mostrador no meu bolso com palavrório nele. Logo vi que tava ali num lugar de gente escondedô, com muita palavra bunita e porta em muito demais. Tinha era muito subchefe, toda repartição que entrava num era ali, tinha de seguir mais um cadiquim adiante. Depois de uns tanto vê destanquei com a dona do que queria, por que eu mexo mesmo e cum desasnado, sem juízo, trapaiado, gente sem comporta mental, e sei que gosto muito da conversa deles. Assim a dona da repartição do governo me questiono o que eu queria, disse que vinha das banda de cá na busca de recurso para melhora a atendeção desse povo sem rumo. Ai ela disse que tinha então boas nova para relatar e falo que o governo tem manêra de ajudá mas que o município tinha que tê as despartida pra recebê.
- O que vem a sê essas despartida?
- Ora seu Zé, é contrapartida.
- Mas não quero nada contra não senhora, eu sô é do afavô.
- Deixa pra lá, mas o município tem quer ter: farmacêutico para receber os medicamentos para os portadores de sofrimento mental, médico psiquiatra para ter o dinheiro para atender os usuários, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional e psicólogos, tem que ter local com estrutura física aprovado pela vigilância sanitária.
- Mas dona num temo nada disso, só temo os duente, nem água direito nos temo para toma os comprimido.
- Mas vocês não tem condições de providenciar?
- Mas nós queremo é isso mesmo, purisso to aqui para pedi previdença.
- Como que vocês fazem hoje com os portadores de sofrimento mental?
- Ora lá nos num tem isso não sinhora, só tem os duente mesmo?
- Sim seu Zé é que hoje nos só usamos portadores de sofrimento mental para chamá-los.
- Mas só se fo us daqui da capital purque lá es são é doido mesmo, eu to falando duente para num desanimá muito a sinhora.
- Ta bom, mas o que vocês precisam e se organizar.
Foi então que eu sai dali pensando para ter dôto e priciso te dôto, pra te remédio é priciso dôto, pra te recurso e priciso te um tanto de dotô e pra te posto construido tem que te construção e ainda tem que te esse tal de portado pra consegui que os duente da cabeça tem tratamento. Ôseja tem qui tê tudo pra tê tudo!
Mas seguino na viagem... tava lá atrás cás memória sapecando na cabeça, pensando naquela dona da capital e bem imaginando ela andano pra quês mato afora. Coitada dela num durava um morro. Assim, assim nessa de lembra chegamo na casa de dona Tercila que de nome de batismo chamava Gercira mas mudô de nome. Casa toda escablefada, ruída de tempo. Esperamo na cerca e o vizinho foi no adiante para prepara a chegada, pois que ela lá tinha uma cachorra muito da brava de nome pimenta. Ouvi o grito dela lá de dentro para nos se chega. Ela disse então com a aquela boca cheia de faia, meu “dotôri” e abriu um sorrizão.
Sei lá sabe, mas penso que o governo com um tanto de dotô pudia consegui até mais, mas como diz pressas banda aqui, inhant lambê du que iscupí."

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

SANDÁLIAS DA HUMILDADE

Há alguns meses atrás, um juiz de Direito do Paraná , da 3ª Vara do Trabalho de Cascavel, cancelou uma audiência porque o reclamante, um trabalhador rural, estava calçando uma sandália de dedos. Para o juiz, o trabalhador estava atentando contra a “dignidade da Justiça”. Vale transcrever o que o magistrado mandou escrever na ata da audiência: “O juiz deixa registrado que não irá realizar esta audiência, tendo em vista que o reclamante compareceu em Juízo trajando chinelo de dedos, calçado incompatível com a dignidade do Poder Judiciário”.
É interessante esse nosso País! Tem tanta gente vivendo em um mundo de ilusão, presos em salas frias com portas e janelas fechadas, isolados da vida real, sem saber como funciona o mundo lá fora, vivendo em um mundinho pequeno, feito de mediocridade e arrogância. Existem pessoas que não imaginam quais são os mínimos anseios de um homem simples do povo, seja ele urbano ou rural, mas tem o poder de decidir a respeito dos destinos daquela vida. O Brasil inteiro ( e o mundo) viu, há pouco tempo atrás, uma meia dúzia de “filhinhos de papai”, moradores de condomínios fechados no Rio de Janeiro, espancarem brutalmente uma empregada doméstica que estava em um ponto de ônibus, indo para o trabalho.
Ainda tiveram a audácia de dizer que só fizeram aquilo porque a confundiram com uma prostituta, como se isso fosse uma justificativa plausível. Todos os cinco rapazes são filhos de pais abastados financeiramente e fazem curso superior. Como será que irão exercer a profissão depois de formados, se continuarem com a mentalidade imbecilizada que tem hoje? Somente a falta de experiência de vida, ou mesmo a falta de bom senso é que faz pessoas como o tal juiz imaginar que um homem calçando chinelos ofende a Justiça.
O que ofende a Justiça é a soberba, a vaidade, a falta de limites, o desrespeito, a falta de coragem para decidir coisas grandes e pequenas. Uma das coisas mais perigosas que existe é colocar gente despreparada e inexperiente para decidir questões complexas a respeito da vida. Não estou com isso dizendo que inexperiência tem a ver com idade, nada a ver. Inexperiência tem a ver com o egoísmo de não querer perceber o mundo em que se vive.
Esse nosso Brasil precisa de pessoas que saibam entender a linguagem do povo, que saibam se fazer entender por todos, sem distinção. O paradoxo foi vivido por mim, meses atrás, em uma longa audiência aqui em Parauapebas, onde o Juiz Dr. Cristiano Magalhães deu uma aula de bom senso, paciência, humildade e vontade de resolver situações difíceis, sempre seguro e cordial. Enquanto aquele juiz do Paraná ficou tristemente “famoso” no Brasil inteiro por ter aprontado uma besteira sem tamanho, os feitos nobres de pessoas dignas ficam sem holofotes, mas nem por isso são menos importantes.


Observação: Este texto foi publicado no site http://www.soleis.adv.br/artigosandaliasdahumildade.htm

Timidez e Internet não combinam...

Grato, caro amigo Zé Dudu!

Esse negócio de discrição na internet é meio sem sentido mesmo...
Então, estamos aí...

DE CABEÇA PARA BAIXO

Todas as pessoas dizem que as crianças são o futuro da humanidade e eu concordo plenamente com isso. Só não posso precisar é se esse futuro será bom ou ruim; isso depende de como estaremos tratando dessas crianças hoje. Alguns exemplos me fazem acreditar que o futuro está nas mãos de todas as pessoas e não apenas de políticos e governantes. Encontrei dias atrás um rapaz que conheci garoto e conversei por um tempo com ele; naqueles poucos minutos, ele me passou algo tão triste que nem sei expressar direito. Reclamou da vida, de uma melhor condição financeira, da falta de esperança de dias melhores e disse que estava vivendo por viver, à custa da caridade alheia. Lembro-me que quando garoto, aquele rapaz tinha uma vivacidade incrível, uma animação que dava gosto de ver. Eu sentia nele um espírito de liderança e inteligência acima da média. Ele já era carente financeiramente mas compensava isso com um brilho de inocência dentro de seus olhos que não encontrei mais. Suponho que aquele brilho era o sonho que aquele menino tinha de ser alguém na vida. Ele me dizia: “Eu também vou ser doutor quando eu crescer, você vai ver!” Ele não imaginava um futuro melhor, ele tinha certeza. Mas a partir daí, a vida lhe deu tamanhas “bordoadas” que aquele sonho deu lugar a desesperança e a decepção: - Sabe doutor, minha mãe se suicidou e eu, que já não tinha pai, fiquei sem ninguém nessa vida, disse com um sorriso triste, do alto de seus dezesseis anos. Naquela hora não deu para responder muita coisa para aquele menino, mas a sua imagem não saiu mais de minha cabeça. Quando eu vejo esse mundo “de cabeça para baixo”, com cobra engolindo cobra, filhos matando pais, lembro que os adultos perdidos que existem por aí foram crianças inocentes um dia e não tiveram o direcionamento necessário para se transformar em pessoas de bem. A cadeia está cheia de gente assim, quem quiser conferir é só conversar com a grande maioria dos “bandidinhos” e dos “bandidões” que existem por aí. A maior carência que existe hoje no mundo é de líderes e muita gente acha que ser líder é privilégio de políticos, o que não é verdade. Quando alguém ensina uma criança a ver o mundo de cabeça erguida, sem se imaginar melhor nem pior que ninguém, está dando a sociedade uma possível solução para seus problemas. Quem tem personalidade marcante, positiva e cativa as pessoas com o seu pensamento ou pela simples presença, sem autoritarismo e arrogância, pode acreditar que tem dentro de si a chave que abre a porta da paz.

PLANTAS REGIONAIS COMBATEM A MALÁRIA

Pesquisa custeada pelo Banco da Amazônia (Basa) e realizada pela Fundação Rio Madeira, da Universidade Federal de Rondônia (Unir), constatou que duas plantas usadas como chá pela população amazônica para tratamento da malária, possuem realmente substâncias potencialmente bioativas registradas na literatura científica com propriedades contra a doença parasitária que infecta aproximadamente 500 milhões de pessoas em 91 países nas regiões tropicais e subtropicais.
O trabalho, iniciado em agosto de 2000, sob coordenação do pesquisador Valdir Facundo, debruçou-se sobre as espécies popularmente conhecidas como "mamica de porca" (Zantthoxylum ekmanil), "João brandinho" (Piper aleyreanum) e "picão" (Birdens bipinnatus), selecionadas depois de um levantamento nos municípios de Porto Velho, Colorado do Oeste e Pimenta Bueno, junto a comunidades que utilizam plantas medicinais para combate à malária.
A análise fitoquímica identificou na raiz da "mamica de porca" cinco substâncias (dois alcalóides, uma lignina e dois terpenos) que, segundo os anais científicos, têm ações sedativa, hipotérmica, anticonvulsiva, dermatológica, vaso-relaxante, antileishmaniose, antiinflamatória, diurética, antifungo e anti-bacterial. Nas folhas da "João brandinho", foram isolados dois flavonóides (com propriedade antiinflamatória e antioxidante), além de ácido caféico, enquanto o estudo do óleo
essencial da planta revelou alta concentração de compostos utilizados nas indústrias química e farmacêutica como matéria-prima para a síntese de medicamentos. Graças aos resultados dessa pesquisa da Unir apoiada pelo Basa, as duas espécies amazônicas já podem constar da literatura científica mundial relacionada com atividade antimalária. Quanto à espécie Birdens bipinnatus, o estudo fitoquímico da parte aérea da planta, também usada como chá, ainda está em andamento.
NOVAS ALTERNATIVAS Apesar do grande avanço nos programas de vacinação e no uso de inseticidas, a quimioterapia tradicional através da cloroquina ainda é o principal meio para o controle da malária. Porém, as medidas contra a moléstia são dificultadas pela resistência do parasita causador da enfermidade à cloroquina e outros antimaláricos conhecidos, o que tem levado pesquisadores de vários países a tentarem o desenvolvimento de novos compostos alternativos.
E para isso, como frisa o pesquisador Valdir Facundo, a importância da Amazônia é muito grande, "dada a riqueza do conhecimento popular sobre o uso de plantas na terapia alternativa". Daí o foco da pesquisa da Unir dirigida para a identificação de novos compostos de origem vegetal, a partir de informações populares, que possam ser eficazes no combate à terrível endemia.

TODO MUNDO PRECISA DE "FEED-BACK"

Outro dia presenciei uma cena interessante e que reflete uma “globalização”de costumes, que vem se manifestando de forma inusitada e surpreendente. Passei em frente a uma construção e um pedreiro gritava para o ajudante assim: Ei Zé, não sobe para a laje agora não, fica de stand-by aí embaixo...Achei engraçado ele utilizar um termo em inglês (com a pronúncia certa) que há alguns anos atrás estava restrito aos papos-cabeça de intelectuais e “metidinhos a inteligentes”, de uma forma assim natural! Hoje em dia todo mundo quer parecer esperto, inteligente e na moda. Recebi um e-mail de um leitor e resolvi abrir com vocês as críticas que ele me fez, que tem tudo a ver com o diálogo do pedreiro. Claro que fiz algumas adaptações para dar uma “ilustrada”, mas a essência permanece: “ Caro colunista, outro dia, lendo sua coluna, tive um insight interessante a respeito do isolamento que nós estamos aqui na Amazônia. É isso mesmo. O mundo dito ‘civilizado’ nos relega a um plano underground meio cult meio trash e se aproveita de um suposto distanciamento, criando as suas próprias filosofias a nosso respeito. Fazem um check-list de nossas pseudo necessidades e vem sempre com o mesmo discurso blasé, depreciativo e mascarado a respeito dos chamados povos da floresta. Olha colunista, a impressão que tenho é que estamos sempre em off; o fato de o mundo achar que somos undergrounds não é nem um pouco positivo para nós, pois a nossa voz não é marcante o suficiente para que tenhamos o necessário feedback. Todo mundo precisa de feedback, colunista! Hoje em dia as distãncias não separam nem isolam ninguém. Ta todo mundo linkado com as novidades e avanços do mundo moderno. Do Oiapoque ao Chuí. Engana-se quem pensa que somos menores ou inferiores a quem quer que seja. Estamos todos plugados, antenados ao que há de mais moderno. É só ver como andam lotados os Cyber´s e Lan-Houses daqui e de qualquer cidadezinha do interior desse estado (ou desse País).Hoje em dia, todo caboclo que se preza tem home-page, orkut, messenger, senão tá out. Então, colunista, estou te dando esse feedback para que você possa, com seu feeling jornalístico, trazer assuntos menos regionais e mais abrangentes, focando um público mais in.Sem mais, um leitor atento aos avanços do mundo.” Ao receber esse e-mail eu me lembrei imediatamente de uma música de um caboclo do Tocantins chamado Juraíldes da Cruz que fala assim: “Se farinha fosse americana, mandioca importada, banquete de bacana era farinhada. Andam falando que nóis é caipora, que nóis tem que aprender inglêis, que nóis tem que fazê sucesso fora. Deixa de bestaje, nóis nem sabe o portuguêis. Nóis somo é caipira pop. Nóis entra na chuva e nem móia, meu I love you, nóis é jeca mais é jóia.”