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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Matemática e educação

Leiam o relato de uma Professora de Matemática:

"Semana passada, comprei um produto que custou R$ 15,80. Dei à balconista R$ 20,00 e peguei na minha bolsa 80 centavos,

para evitar receber ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer.
Tentei explicar que ela tinha que me dar 5,00 reais de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la.
Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender.
Por que estou contando isso?
Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1950, que foi assim:

1. Ensino de matemática em 1950:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda.
Qual é o lucro?

2. Ensino de matemática em 1970:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$ 80,00. Qual é o lucro?

3. Ensino de matemática em 1980:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é R$ 80,00.
Qual é o lucro?

4. Ensino de matemática em 1990:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é R$ 80,00.
Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00

5. Ensino de matemática em 2000:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é R$ 80,00.
O lucro é de R$ 20,00.
Está certo?
( )SIM ( ) NÃO

6. Ensino de matemática em 2009:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é R$ 80,00.
Se você souber ler, coloque um X no R$ 20,00.
( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00

7. Em 2010 vai ser assim:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é R$ 80,00.
Se você souber ler, coloque um X no R$ 20,00.
(Se você é afro descendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria social não precisa responder).
( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00





- Essa pergunta foi vencedora em um congresso sobre vida sustentável:

"Todo mundo está 'pensando'
em deixar um planeta melhor para nossos filhos...
Quando é que se 'pensará'
em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Abe Laboriel Jr, um peso pesado na bateria de Paul McCartney



O baterista Abe Laboriel Jr. se tornou um dos trunfos da banda de sir Paul McCartney; dono de um dos sets mais aplaudidos do espetáculo que o estádio do Morumbi viu nos dias 21 e 22, em São Paulo. Abe deu uma aula de técnica e foi uma presença marcante nos shows de Paul, cativando a platéia.

Algumas horas antes de estrear no Estádio do River Plate, em Porto Alegre, na quinta-feira, dia 18 de novembro, Abe Laboriel falou por telefone com a reportagem do Estado de São Paulo. "Um gentleman, rasgou o verbo para a plateia gaúcha e contou como é a sua relação com o homem do qual, em tese, ocupa o mesmo lugar: Ringo Starr. Vindo de uma família mexicana de músicos, o baterista é americano formado na tradicional escola de Berklee."

Abe Laboriel Jr. , de 39 anos, é filho do virtuose do contrabaixo Abraham Laboriel e irmão de Mateo Laboriel (produtor e compositor ligado ao cinema). Foi aluno de Jeff Porcaro, Bill Maxwell, Chester Thompson e Alex Acuña.

Abe também tem sido um dos mais requisitados bateristas do show biz, tendo tocado com o leque inteiro da música, desde os Hanson e Lady Gaga até Steve Vai e Sting. Há alguns anos, ele acompanhava a cantora k.d. lang, que abria shows para Sting. O baterista do ex-Police era Manu Katche. “Um grande músico, mas que parecia estar meio desinteressado, sem paixão. A gente nunca sabe o que se passa com uma pessoa no plano pessoal. Aí, quando ele deixou o grupo, Sting, que já conhecia meu trabalho, me convidou”.


Você sabe, Ringo Starr tem uma imensa reputação de ser um baterista medíocre. O que você pensa disso?
Minha opinião é que as pessoas que dizem isso são ignorantes. Ringo é um dos mais prolíficos bateristas da História. Sua abordagem da bateria foi importante para o desenvolvimento de instrumentistas como John Bonham (Led Zeppelin) e Stuart Copeland (Police). Muitos discordam dessa afirmação, porque a técnica é apenas um dos aspectos da arte de tocar bateria. A técnica é 10% de tudo, os outros 90% são musicalidade, coisa que Ringo domina maravilhosamente bem. É um estilo verdadeiramente fantástico.

Você já o conheceu?

Sim. No início, ele veio a alguns shows nossos. É um sujeito admirável, gentil, e me apoiou muito. Depois, tocamos juntos em alguns shows beneficentes, e estivemos juntos naquele evento organizado pelo David Lynch no Radio City Music Hall.
Não tenho palavras para descrever a emoção que tive, o tanto que me impressionou notar que ele ouvia ao mesmo tempo que tocava. Ele sacou que eu toco diferente dele, e não fez com que eu o acompanhasse, ele se juntou a mim, sorrindo. É um cavalheiro de verdade, e demonstrou camaradagem legítima.

Quando você se deu conta pela primeira vez de que estava ali ocupando o lugar que um dia foi de Ringo Starr, como reagiu?
É interessante. Eu cresci ouvindo Beatles, lembro que dois dos meus primeiros álbuns foram Sgt. Pepper’s e White Album. Mas, depois, ouvi também muito Band on the Run e Wings, e todo o trabalho solo de Paul. Era isso que mais me vinha à cabeça. Não conectei com Beatles imediatamente, mas com o trabalho solo de Paul.
Para mim, nunca foi como “Oh, my God, estou nos Beatles!”. Nada disso: é como se fosse tocar com um velho amigo. Porque é isso que Paul é, um querido amigo. Quando estou a bordo dessa banda, não sinto essa reverência à coisa clássica. Toco para a plateia, que é diferente daquela que estava na frente dos Beatles naquele tempo. Tenho diferentes gêneros como minhas influências, e essa audiência também tem. Você não pode tocar hoje em dia frente a um estádio lotado, 75 mil, 45 mil pessoas, como se fosse nos anos 1960. Não. É o mesmo espírito, mas com o fogo que John Bonham ensinou. Não posso tocar suavemente. Sou assim: grande e bombástico.

Abe, quais são suas canções preferidas dos Beatles?

Tem muitas. Por exemplo: eu adoro tocar a música Magical Mistery Tour, porque é uma celebração. Adoro também tocar Helter Skelter, porque sempre me impressiona, e é uma pedra de toque. Helter Skelter é a primeira música de heavy metal jamais tocada.

Como é ter Paul McCartney como patrão?
É exigente, mas também amigável e cordato. Quando estamos gravando, no estúdio, é sempre admirável ver como suas ideias são férteis e generosas musicalmente. E não é exclusivista: logo após gravarmos um álbum, tive o convite do Sting e fiquei três meses excursionando com ele. Só exige dedicação.

Seu pai, o baixista Abe Laboriel Sr, foi um mito da música. Qual foi a principal influência que você recebeu dele?
Confiança. Ele me ensinou que é preciso sustentar aquilo que você é, não fingir que é algo que não é. Autocontrole, autoconfiança, amor, apoio.

Esta é sua primeira turnê pela América do Sul?
Sim, é minha primeira vez. Estou muito feliz, encontrei aqui muita gente legal. Em Porto Alegre foi inacreditável, a emoção, a vibração do público. Uma plateia incrivelmente animada. É sem dúvida um recanto muito especial do planeta.

Por Jotabê Medeiros

sábado, 20 de novembro de 2010

Reflexões sobre o absurdo

Post magnífico do Sanderson Moura:


"Geme a justiça, chora a natureza". Shakespeare

O absurdo. O absurdo é o maior adversário do advogado num processo criminal. Na vida do advogado e na vida da justiça o grande absurdo é o erro judiciário.

Você já se encontrou com o absurdo? Com algo que faça você dizer do fundo de sua alma, com toda a revolta do mundo, a expressão: "Isso é um absurdo" ?

Você já se viu diante de uma situação tão escabrosa, tão gigantescamente absurda, que preferiu ficar em silêncio, ou apenas dizer: "Que absurdo, meu Deus" ?

Então você já deve sentir o que eu estou querendo expressar nessas reflexões sobre o absurdo.

No dicionário Houais encontramos uma boa definição para o absurdo.

"O que é destituído de sentido, de racionalidade, aquilo que é contrário à sensatez, ao bom senso, à lógica, à verdade".

O absurdo é o triunfo, mesmo que momentâneo, da mentira, da fraude, do arbítrio, do erro, da irracionalidade.

Um absurdo colossal, dizia um pensador, pode tomar a forma de uma grande verdade. Só quem conhece esse tipo de absurdo é que sabe a sensação que ele causa em quem deve enfrentá-lo.

Li no início da minha carreira de criminalista um desabafo de um advogado que dizia: "Quando o absurdo toma conta de um fato o melhor é observar para ver onde ele desemboca".

Isso tem seu fundo de verdade. Valem as frases, "o mal por si só se destrói", "o tempo é o senhor de todas as coisas".

Conhecendo essas verdades, o advogado criminalista vai fazendo a sua parte, sabendo que o absurdo não se combate de uma vez, que o absurdo só pode ser destruído aos poucos, no varejo, exigindo do advogado o espírito de Dom Quixote, exigindo do advogado coragem, persistência, inteligência, respeito ao tempo certo da maturação das coisas.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

"...Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós,,,"

Passou-se o 15 de Novembro , onde comemoramos, em todo o Brasil, a Proclamação da República. Será que somos um País que pode se dar ao luxo de bater no peito e dizer, como no hino: “ Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós”? Para mim, isso seria uma realidade se não tivéssemos entraves estruturais básicos, em todas as regiões do País que nos mostra uma outra face, caótica e crônica, ao longo de centenas de anos. O mais importante é que tristemente, muitos brasileiros mantém dentro de si o servilismo manco que caracterizava boa parte de nossa liderança naqueles idos de 1889. Hoje, mais de uma centena de anos depois, estamos lutando para nos livrar das garras de nós mesmos, brasileiros, atordoados pela falta de escrúpulos, vivendo a vida e tendo a sensação de que um dia a mais nos faz sobreviventes. O Brasil dito independente de hoje é aquele mesmo País que produz mães que jogam filhos recém-nascidos nos esgotos, que trata mal os seus velhos, que tem milhões de crianças nas ruas, desaprendendo a ser gente.

Como é que podemos nos livrar da mentalidade minúscula que turva a visão dos pequenos políticos, que vivem duelando entre si na televisão e, após os holofotes desligados, se abraçam gargalhando?

Sei bem que ficamos tutelados por Portugal que manteve sobre nós um histórico de exploração direta de 300 anos e um legado de acomodação que caracteriza de forma triste uma parte de nossa história, já que , mesmo tendo ficado com uma mordaça portuguesa durante séculos, permanecemos com outra (militar), até recentemente sob o nosso próprio consentimento. Acredito que muita gente até gostava daquela repressão porque tem tantos que lamentam o fim da ditadura. – “ Com os militares sim, era outra coisa....” suspiram muitos incautos, sem saber da nossa autoestima sempre tão pisoteada; credito a isso, além da herança de acomodação deixada por Portugal, a um fascínio que muita gente tem de “ ser mandado” ( Freud explica...). Em muitos lugares do mundo, o Brasil é “aceito” muito mais pela importância estratégica do que pelo real valor; ainda mais nesses tempos de ‘pré-sal’. Mas a bandeira da proclamação da república é válida, concordo que ao termos um “estandarte’ para nos apoiar, criamos um mecanismo de respeito perante a nós mesmos que nos devolve, um pouco, a grandeza que cada brasileiro simples e trabalhador representa, de resistência e amor ao Brasil. Mas, não podemos dizer que somos independentes; nenhum país desse mundo globalizado o é. O ideal mesmo é resgatarmos a satisfação por morarmos em um belo País que tem uma natureza privilegiada e um Povo que trabalha, sofre, vibra, chora, ri e tem Fé!