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terça-feira, 20 de junho de 2017

Ah, eu sei lá o que eu penso disso...


E há quem conceitue poemas, como se conceitue bolos ou balas
Ou whiskies ou um bife no ponto com vinho adequado, isso é certo, Ariano? É pobre construir rimas? Um poema não deve ter rimas, fica é menor por isso?
Desde que descobriram que amor rima com dor é essa lenga lenga. Vai Machadão, você que começou com essa história toda, é responsabilidade sua, não queira sair de fininho, olhando de soslaio, como os olhos de Capitu. Prosa ou verso? Responda:
”- Pudesse eu copiar o transparente lume,
que, da grega coluna á gótica janela,
contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela !
Mas a lua, fitando o sol, com azedume:”
Eu mesmo não faço soberba nenhuma dos dois, diz Machado.
Quisera todos os ditos poetas ter o talento de rimar,
Em prosa, então, é uma magistralitude. Ah, que pena, eu desobedeci as novas regras ortográficas e criei uma palavra? E o que eu ando obedecendo, vale a pena? Machado você ficaria de fora hoje, do grande banquete dos suntuosos escritores.
Tão antiquado, fora de moda, seria no máximo auxiliar de Gilberto Braga ou Aguinaldo Silva disputando quem faria um beijo gay em uma novela.
Ou um escritor, tantos, que vivem a mercê da caridade Ranouet.
Já pensou Machado, uma Academia por ti criada e frequentada pelo que há de mais vil?Permita-me rimar, leitor; ele se não fosse, rezaria para ser senil,
Que sentiria ao ver sua elite de escritores frequentada por bisonhos marimbondos de fogo?
Vamos colocar frente a frente, Roberto Marinho e Olavo Bilac. Há diferença? Um construiu um império, foi Imperador e outro é o Roberto Marinho da Globo. Só. O império de Bilac é maior que o Projac ao cubo,
Ou já é uma normal colocar empresários e políticos na Academia Brasileira de Letras.
Ariano Suassuna deve ter dado boas gargalhadas por dentro.
Eu fosse Marco, me sentaria no chão,
Fazendo companhia a outros, quando se reunissem.
Afinal Castro Alves é patrono da Casa.
E o que é que tem Maciel sentar-se no chão? Como um sofrível aprendiz.
Ariano deitou-se quantas vezes no chão de aeroportos e fez companhia a ti?
Imagine Drummond vivo, sucedendo a cadeira do falecido Marco Maciel.
Ou o mesmo fazendo Clarice Lispector, Mario Quintana, Graciliano Ramos, Paulo Lemminsky. Nenhum foi acadêmico e Marco é Imortal.
Castro Alves não deixaria Sarney na senzala, nem FHC, nem Pitanguy.
Senzala é lugar nobre. Casa Grande também (depende da casa).
Alvares de Azevedo, há quem conceitue seus poemas, sabia?
Há quem critique rimas, coisa fora de moda.
Mas Tom Zé inacadêmico e desobediente mandaria quem conceitua “ ir tomar no verbo, seu filho da letra”, Como Jorge mautner grita:
" De Camões a Fernando Pessoa
Nos somos resultado
Dessa peregrinação longíngua
De combates e de glórias
De afirmação do bem contra o mal,
E mesmo na era cibernética,
No mundo digital, no holograma
Ali está Jorge
Triunfante lá na frente de todos nós,
É a pipoca da pororoca da imaginação"
Ah, deixa eu ir alí....

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